
o fim
dilacera
o que vai
adiante
o antes
é o ponto
fixo
sufixo
do instante
Du Domeneghetti
palavrões são: "PALAVRAS GRANDES" entre nós entre essas ditas e não ditas palavras deixadas de lado a sós palavrões são: "PALAVRAS GRANDES" entre nós entre nós palavrões são: entre nós "Formalizar aquilo que chamo de forma de expressar-se:'a essência poética da alma!" ******************************************************************* "Mari Flores de "Porto Muito Alegre" acompanha e faz devidas correções"
Garoa fininha, passos rápidos, gasto desnecessário com esse cabelo, ao menos hoje, o puxa e repuxa das escovas e o barulho ensurdecedor do secador, sem mencionar a poluição sonora do ambiente; desnecessário sim, garoa umedece a hiper escova inteligente, e tudo literalmente vai por água a baixo; assim como o salto oito, preso entre o calçamento e uma pedra (que diabo faz ali uma pedra solta dos paralepípedos). Assim não há aparência que resista.
Neuroses a parte fica sempre essa insistência com o buscar o amor da “minha” ou da nossa vida. Não faz muita diferença em qual pessoa do singular ou plural aparecerá ao escrever esse texto, afinal é o grande e único amor que busca as mulheres, seja eu, tu, ela, nós, vós, vossas, elas e assim continua a busca... Por onde ele andará?
O amor pode ter passado por aqui hoje, sem ser notado.
Chamarei de “SANV” “Síndrome do Amor Não Visto”, visto no sentido de perceber, de ter sentido a presença...
Aumenta a fina garoa, resolve colaborar com o (preciso abrir aspas), e bem grande “supérfluo” penteado. Um vento menino tenta esvoaçar cabelos e o guarda chuva, despenca o céu e a cidade parece um tremendo formigueiro desesperado por um cantinho de abrigo de qualquer parapeito, toldo, porta de loja, vale tudo para se esconder da chuva, que óbvio chega sem avisar os menos precavidos, esses que nunca olham para o céu antes de sair de casa... E quase nunca tem na bolsa o incomodo guarda chuva agora sem hífen.
“Esbarrar” no amor e nem notá-lo isso é coisa de mulher, sim, tamanha distração é coisa de mulher. Você pode até pensar que coisa é essa de SANV, mas existe e fica tão simples depois de entendido que podemos nos perguntar onde andava eu com a cabeça senão debaixo do secador que não percebi isso antes, sim por que são sintomas plausíveis e reais, doença crônica, oriunda do tanto de idéias que colocaram em nossas cabeças, de padrões de beleza, de comportamento, de certo e errado, que quando ele chega e chega sem aviso prévio, esta à mulher tão perdida em preocupar-se com o que vestir e com qual cor de sombra vai combinar com o vestido, ou se vai com vestido ou com calça ou saia, que vai tão determinada a ser perfeita, mulher fatal, que não observa o amor chegando e partindo imediatamente, e não consegue absorver a essência, precisa estar tão bem apresentável e sem riscos de ferir as leis do comportamento imposto, que o alvo mal consegue se aproximar com medo de tocar o intocável, sim, nesse caso o alvo é o que precisará mover-se em direção a flecha, a flecha “mulher” caçadora, despendeu o essencial para praticar o exercício da perfeição, não que perfeição, não seja algo bom a ser buscado, espero realmente que nunca a encontre, deve ser muito chato ser perfeita.
Foi nesse momento lamentando a escova “hiper” nos cabelos que desatenta esbarrei num homem, “nossa” que homem, pra lá de seus metros e noventa, corpulento, estilo “esse tem pegada”, que o esbarrão quase jogou para o lado de lá do calçamento, com pacotes, guarda chuvas e tudo, educadíssimo, segurou meus braços com as duas mãos e pediu desculpas, perguntando se tudo estava bem, eu mal olhei para dentro dos olhos dele, por que pelo porte, perfume e força que colocava nos meus pobres e indefesos braços ,não me atrevi, iria apaixonar a primeira vista, ao certo, conheço minha fraqueza por homens assim, fortes, ”iria sofrer”, resolvida naquele milésimo de segundo ignorar o ocorrido, e me mostrar educada sem demonstrar o suor frio e as pernas tremula um tremeluzir sem razão clara para tanto, ele continuou a me segurar por longos segundos, sorriu pediu desculpas novamente, e eu forçando para suportar o som maravilhoso daquela voz perfurando, sim perfurando a barreira que fica entre a paixão avassaladora e o desejo de jogar-me naqueles braços para sempre.
Resumindo:
Sai quase que em disparada, em sentido ao carro do outro lado da rua, só conseguia lembrar que meu cabelo deveria estar um lixo molhado, escorrido, não poderia ter chovido em hora pior, na melhor hora que poderia ter acontecido o amor em minha vida, a chuva vem descabelar meu futuro, imagina que iria sorrir para ele, com aquele aspecto de cão molhado, ele com certeza pensaria que mulher louca insinuando um sorriso, não se enxerga?
Entrei no carro e lamentando ainda a situação, dei a partida, sai jogando água em algumas “formigas” apressadas, para piorar minha decepção, sentindo-me egoísta por já confortavelmente em meu carro, molhar ainda mais os trausentes... Sai transito a fora, tentando esquecer aquela vista de “deus grego” em pleno centro da cidade, esbarrando em simples mortais: “eu”.Com certeza encontrar meu grande amor ficará para outro dia, não voltarei ao salão de beleza hoje, e claro não sairei essa noite...Bom continuo viva a procura, a caça do meu homem perfeito!
Alguns quarteirões dali, em um carro estilo “o carro”... Partia um homem suspirando, com pensamentos assim: - “Nossa que mulher, mas deve ser casada, por que nem ao menos me olhou, com essa eu sairia da condição de solteiro, ela é linda demais, aqueles cabelos molhados, escorridos me deixou aceso...
SANV= mistura de complexidade a flor da pele de mulheres inseguras que acredita mais no que vai ao exterior, do que na capacidade de atração que tem em si...
Mulheres bah!!!!
Peça-me o que quiser
mas não me peça
para que eu não peça
o direito ao prazer
de olhar pra você
agora me peça
o que quiser
que eu faço
eu traço
anulo meu ser
agora não peça
para eu fingir
o que não sei ser
nem peça para
meu ser
não querer você... pois é seu o meu ser, todo seu o meu ser
peça-me tudo
porém, não peça
para eu não ser você
pois misturou-se
ao meu ser
peça sempre
o que quiser e pensar
mas não pense
em querer pedir
menos do que eu possa dar
peça-me tudo
e nunca me peça
limites no desejo
de tocar “se us” "me us" cabelos
e amar
peça-me tudo
e nunca, porém,
o limitar ensaios
dos amores,
que ainda não sei dar
peça-me! pois é seu o meu ser, todo seu o meu ser
não posso ser poeta
de mim
nunca poderei
ser
brotam versos
in versos
talvez ignoto
do bobo coração
da oração
da razão
da palavra
esperada no portão
do sentido próprio
do impróprio
viver
do próprio sistema
para sistematizar o esquecer
das manias criadas
para tanto não doer
saem apenas
nem preciso abranger
são palavras incertas
in versos brotadas
em versos
de um não menos coração...
jamais serei poeta de mim
serva de sílabas
sentimentos:
“mestre sem razão”