23 de abr. de 2009

Fixo



o fim
dilacera
o que vai
adiante
o antes
é o ponto
fixo
sufixo
do instante

Du Domeneghetti

Crônica: Um olhar sobre a caça "SANV"


Garoa fininha, passos rápidos, gasto desnecessário com esse cabelo, ao menos hoje, o puxa e repuxa das escovas e o barulho ensurdecedor do secador, sem mencionar a poluição sonora do ambiente; desnecessário sim, garoa umedece a hiper escova inteligente, e tudo literalmente vai por água a baixo; assim como o salto oito, preso entre o calçamento e uma pedra (que diabo faz ali uma pedra solta dos paralepípedos). Assim não há aparência que resista.

Neuroses a parte fica sempre essa insistência com o buscar o amor da “minha” ou da nossa vida. Não faz muita diferença em qual pessoa do singular ou plural aparecerá ao escrever esse texto, afinal é o grande e único amor que busca as mulheres, seja eu, tu, ela, nós, vós, vossas, elas e assim continua a busca... Por onde ele andará?

O amor pode ter passado por aqui hoje, sem ser notado.

Chamarei de “SANV“Síndrome do Amor Não Visto”, visto no sentido de perceber, de ter sentido a presença...

Aumenta a fina garoa, resolve colaborar com o (preciso abrir aspas), e bem grande “supérfluo” penteado. Um vento menino tenta esvoaçar cabelos e o guarda chuva, despenca o céu e a cidade parece um tremendo formigueiro desesperado por um cantinho de abrigo de qualquer parapeito, toldo, porta de loja, vale tudo para se esconder da chuva, que óbvio chega sem avisar os menos precavidos, esses que nunca olham para o céu antes de sair de casa... E quase nunca tem na bolsa o incomodo guarda chuva agora sem hífen.

“Esbarrar” no amor e nem notá-lo isso é coisa de mulher, sim, tamanha distração é coisa de mulher. Você pode até pensar que coisa é essa de SANV, mas existe e fica tão simples depois de entendido que podemos nos perguntar onde andava eu com a cabeça senão debaixo do secador que não percebi isso antes, sim por que são sintomas plausíveis e reais, doença crônica, oriunda do tanto de idéias que colocaram em nossas cabeças, de padrões de beleza, de comportamento, de certo e errado, que quando ele chega e chega sem aviso prévio, esta à mulher tão perdida em preocupar-se com o que vestir e com qual cor de sombra vai combinar com o vestido, ou se vai com vestido ou com calça ou saia, que vai tão determinada a ser perfeita, mulher fatal, que não observa o amor chegando e partindo imediatamente, e não consegue absorver a essência, precisa estar tão bem apresentável e sem riscos de ferir as leis do comportamento imposto, que o alvo mal consegue se aproximar com medo de tocar o intocável, sim, nesse caso o alvo é o que precisará mover-se em direção a flecha, a flecha “mulher” caçadora, despendeu o essencial para praticar o exercício da perfeição, não que perfeição, não seja algo bom a ser buscado, espero realmente que nunca a encontre, deve ser muito chato ser perfeita.

Foi nesse momento lamentando a escova “hiper” nos cabelos que desatenta esbarrei num homem, “nossa” que homem, pra lá de seus metros e noventa, corpulento, estilo “esse tem pegada”, que o esbarrão quase jogou para o lado de lá do calçamento, com pacotes, guarda chuvas e tudo, educadíssimo, segurou meus braços com as duas mãos e pediu desculpas, perguntando se tudo estava bem, eu mal olhei para dentro dos olhos dele, por que pelo porte, perfume e força que colocava nos meus pobres e indefesos braços ,não me atrevi, iria apaixonar a primeira vista, ao certo, conheço minha fraqueza por homens assim, fortes, ”iria sofrer”, resolvida naquele milésimo de segundo ignorar o ocorrido, e me mostrar educada sem demonstrar o suor frio e as pernas tremula um tremeluzir sem razão clara para tanto, ele continuou a me segurar por longos segundos, sorriu pediu desculpas novamente, e eu forçando para suportar o som maravilhoso daquela voz perfurando, sim perfurando a barreira que fica entre a paixão avassaladora e o desejo de jogar-me naqueles braços para sempre.

Resumindo:

Sai quase que em disparada, em sentido ao carro do outro lado da rua, só conseguia lembrar que meu cabelo deveria estar um lixo molhado, escorrido, não poderia ter chovido em hora pior, na melhor hora que poderia ter acontecido o amor em minha vida, a chuva vem descabelar meu futuro, imagina que iria sorrir para ele, com aquele aspecto de cão molhado, ele com certeza pensaria que mulher louca insinuando um sorriso, não se enxerga?

Entrei no carro e lamentando ainda a situação, dei a partida, sai jogando água em algumas “formigas” apressadas, para piorar minha decepção, sentindo-me egoísta por já confortavelmente em meu carro, molhar ainda mais os trausentes... Sai transito a fora, tentando esquecer aquela vista de “deus grego” em pleno centro da cidade, esbarrando em simples mortais: “eu”.Com certeza encontrar meu grande amor ficará para outro dia, não voltarei ao salão de beleza hoje, e claro não sairei essa noite...Bom continuo viva a procura, a caça do meu homem perfeito!

Alguns quarteirões dali, em um carro estilo “o carro”... Partia um homem suspirando, com pensamentos assim: - “Nossa que mulher, mas deve ser casada, por que nem ao menos me olhou, com essa eu sairia da condição de solteiro, ela é linda demais, aqueles cabelos molhados, escorridos me deixou aceso...

SANV= mistura de complexidade a flor da pele de mulheres inseguras que acredita mais no que vai ao exterior, do que na capacidade de atração que tem em si...

Mulheres bah!!!!

Durcce Domeneghetti


14 de abr. de 2009

Peça-me!não peça...


Peça-me o que quiser

mas não me peça

para que eu não peça

o direito ao prazer

de olhar pra você


agora me peça

o que quiser

que eu faço

eu traço

anulo meu ser


agora não peça

para eu fingir

o que não sei ser

nem peça para

meu ser


não querer você... pois é seu o meu ser, todo seu o meu ser


peça-me tudo

porém, não peça

para eu não ser você

pois misturou-se

ao meu ser


peça sempre

o que quiser e pensar

mas não pense

em querer pedir

menos do que eu possa dar


peça-me tudo

e nunca me peça

limites no desejo

de tocar “se us” "me us" cabelos

e amar


peça-me tudo

e nunca, porém,

o limitar ensaios

dos amores,

que ainda não sei dar


peça-me! pois é seu o meu ser, todo seu o meu ser


Du Domeneghetti

26 de mar. de 2009

Flor abril




olhar
flores
de abril
que chegam
em março
distam
de olhares
nossos
é a espera
do início
findam
em azul
campos
em flor
sem maio
são sonhos de flores
incomodam
meu ser
primaveril
em abril

25 de mar. de 2009

Molhar-me





Preso a essa chuva.
Olhar-te virou minha profissão
remunerada de alegrias, por ver teus olhos.
fitando o nada, embaçado dessa janela,
chuva que escolheu prender-se.
Aperceba-se de minha presença...
distante, sou constante... Vento...
nessas chuvas,
vou ficando por aqui
Molhar-me-ia se permitisse.
Se sozinho... resolver partir...
na chuva...
Demita-me de meus sonhos, devolva meus olhares...

11 de fev. de 2009

Chovo...


Chovo...
lá fora, a lembrança
vaga... lembrança
pensei que poderia
viver longe
dos teclados (pena e tinteiro) vazios!
espaço deletado dos meus dias(neologismos?)
ilusão absorta
entre meus pensamentos
textos e poesias
a minha poesia sou eu
a minha língua... Portuguesa
me expressa
por codificadores
inexpressões exatas
contadas pela minha caligrafia

eu existo
são só alguns dias...

20 de jan. de 2009

Colheitas





há uma nova hora,um ano novo
dentro de um novo ano
eu fico aqui:








olho tudo
releio tudo
repenso tudo
religo tudo
desligo o que entristece
foco no que parece
ser o melhor pra viver
quase recai no erro
MAS SER
ainda é o melhor remédio!
não peço

só agradeço a Deus:

os amigos que me destes
o amor que fortalece
a imensidão do céu azul laranja sem hífens
as conquistas dos sonhos projetos
a vontade de viver
que envolve a alma
a felicidade das escolhas
a coragem para viver as conseqüências

escolhas... amo essa liberdade... de “es colher”
colher azul nas roças de girassóis amarelos
eu sou húmus e quero drumondear à vida
è um ano novo dentro de um novo ano

Permanecer



















Tira-me para dançar
Não importa o quão tarde pareça
Vens adentrando o cerne do meu peito
Colocaste-me na chaga do teu coração
Quão aparente e limitada é minha dor
Se comparada com tua chaga de amor!
Eu retorno para teus braços
Para permanecer nesta dança
que me tens preparado...
Meu Doce e Amado Jesus!

Si tu no estás aqui




meu coração espera
o vento
soprando forte
despertar meus sonhos
e você
e eu
num tempo
de viagens
num tempo
de distantes
disformes
a pele
o cheiro
o gosto
entre o calor
de tuas pernas
eu adormeço
sonhando
esperando
seu vir

Marco








Marco
um tempo
de sorrisos
bocas
a espera
dos sonhos nossos

o ter
de vários nomes
para chamar-te
amor

sempre assim
fora
dentro mim

Mar
Marco
limite
estratégico
dentro
de mim...

Estado...











essa sou

quase toda eu...

quase nunca estou...

por que

só sei ser...

menina...

não aprendi a estar

não sou um estado...

já fui um dia

o que queriam...

hoje meu estado:

Alegria!

Filha do vento!

Ventania!

Não há um “estado”

que possa me prender

nem mesmo os da geografia!

6 de nov. de 2008

Eu quero ser...















eu conheci um lugar
eu conheci uma presença
eu conheci um amigo
eu descobri verdades
eu andava confusa
eu to aprendendo a viver
eu preciso viver
não importa se precisar chorar
por que as lágrimas me lavam
por que o orvalho me seca
meu ego me prende
eu sou diferente
só não sabia
por que meus sonhos me esperam
por que eu quero!
ser tua...
Meu Jesus!!!

D.Domeneghetti

Palavras sentimentos...




não posso ser poeta

de mim

nunca poderei

ser

brotam versos

in versos

talvez ignoto

do bobo coração

da oração

da razão

da palavra

esperada no portão

do sentido próprio

do impróprio

viver

do próprio sistema

para sistematizar o esquecer

das manias criadas

para tanto não doer

saem apenas

nem preciso abranger

são palavras incertas

in versos brotadas

em versos

de um não menos coração...

jamais serei poeta de mim

serva de sílabas

sentimentos:

“mestre sem razão”

17 de set. de 2008

várias palavras "entre"cortadas

desnudas

no silêncio de palavras tantas...

se usam

sinais sem palavras

Palavras que apontam...

minha alma acrescida... silêncios!

vontade de dizer tudo de uma vez!

não digo!

o não dizer adivinha as palavras

sublima os sentidos

o não dizer... assemelham-se as palavras ditas

palavras apontam pra você

palavras... prontas pra você

basta só você ouvir

16 de set. de 2008

Os jardins...










Os jardins foram as coisas mais belas que vivi na infância, eles ainda permanecem assim, intactos, belos, perfeitos, azuis e amarelos; mudaram meus conceitos, alguns valores... ganhei peso, altura, gosto por outras músicas, gosto pelas chuvas fortes, mas os jardins permaneceram.
Nos fins de tardes quando o sol teimoso ia se por, eu sentava no toco queimado de árvore antes parte daquele jardim, e observava o espetáculo diário do sol caindo do céu...
Ao redor de tanto verde, era assim que pensava, que o sol despencava para o chão, todos os dias, e pela manhã a mãos perfeitas de Deus o levantava, novamente para o seu lugar, o céu azul, azul demais, com os jardins de margaridas e a plantação de girassóis amarelos, muito mais amarelos do que as gemas de ovos e do que o sol no meio do céu...
Ah!os anos passaram, o espetáculo do sol... vistos por outros ângulos, perderam um pouquinho só o encanto e a dúvida de que para o chão, ele dormia; mas os jardins , esses sim, ainda permeiam a minha retina e ainda são capazes de me reter, absorver olhares e emuducer...São jardins, de rosas, de flores do campo, de tantas cercas de rosas em volta, de florezinhas de laranjeiras, assim envelheço, enquanto as roupas dançam no varal e minha memória não cansa de ser jovem nos jardins da minha infância.As chuvas que caem agora me remetem para aquelas tardes...Saudades!

29 de ago. de 2008

Silêncio



silêncio do som
são silêncios
na contra-mão
silenciar as palavras
é contraversão

pelo sim
pelo não
pêlo em mim
pêlos não
depilação

Oposição de palavras


palavras opostas
são
diluidas
palavras
opostas
são doloridas
palavras
da oposição

Pensamentando


Pensamentando:

Pensando
em tudo que
comporta
o ser
o humano...
pensamentando
os pensamentos
vejo
sinto
pensar
leva a mente
elevada
onde o humano
é húmus
pensamentando é húmus só!

Música pra você cantar

Quero ler-me
em teus textos
descobrir-me
em teus contextos


ser silaba
pra você juntar
uns versos
pra você

nunca querer voltar
para onde eu
não possa estar



quero enxergar
meu olhar
em tuas pupilas
reagentes do sonhar

quero te dar um colo

o meu para você deitar
quero em tiver
realizar
o amor...
nosso amor pra encantar


Palavras minhas:"música com rima para você cantar"

27 de ago. de 2008

era
uma vontade
de
dizer
coisas...
mas tanta...

palavras tantas... mistura...

acabar com o silêncio das palavras...
bagunçar...
textos e poesias...orgias de palavras tantas
mas tantas palavras...